Quero o
vazio, a escuridão e a solidão.
O vazio
é o espaço onde se pode criar,
A
escuridão é o que há por desvendar
E a
solidão é o contato consigo.
Quero a
tempestade que alaga
E me
faz duvidar da segurança do chão em que piso.
Quero a
neblina que me traz o horizonte para perto
E me
obriga a redescobrir o que eu já sabia.
Quero a
angústia que me mergulha na incerteza
Tanto
sobre o seguir, quanto o ficar ou voltar.
Quero o
desespero, sem o qual
Não
posso cometer a loucura de decidir.
Quero
ter o prazer de sentir dor
Sem a
qual não saberia quando estou bem.
Quero
me afogar nas profundezas da tristeza
Para
poder saborear toda a felicidade.
Quero a
morte, confirmação do privilégio de ter vida,
A qual
quero, em última instância, em toda a sua intensidade.