Da
alma, todos têm uma opinião a seu respeito,
Ainda
que todos conceitos distintos, insuficientes,
Pois
a alma, apesar de uma, é múltipla. É do seu jeito.
É
indefinível. É poesia. É o inconsciente (consciente?)
Não
é sua, não é de Deus, do Diabo, de ninguém.
Não
se sujeita e , a pequenez, abandona.
É
tudo. Não quer nada. Nem mal nem bem.
Não
pode ser censurada. É livre. De si mesma, dona.
É,
de se tornar si mesmo, vontade.
É
da necessidade de Universo, o sabre.
É
vontade de poder e desejo de liberdade,
E,
com isso, a síntese da história, de Luce Fabbri.
A
alma é aquilo que ignora o irrealizável,
Não
crê no e nem se curva ao impossível,
É
tudo o que não nos é exatamente palpável,
O
que é idealista, idealizado, idéia, indizível.
É
algo que transcende o que é finito e marcado,
Não
gosta de imposições e controles, interferências...
Não
se submete a responsabilidades legais.
É
como se a alma dissesse:
“Me
deixe em paz! Deixe que eu me aproxime quando desejar...
Deixe
eu ser cada dia como quero. Deixe eu estar próxima, distante,
Deixe
que eu possa, de fato exercer a construção
Do
meu sentido, ou da busca dele.”
Inventamos
a alma para tentar expressar aquela dor que não dói, mas é dor.
Que
é tão dor que é maior que o próprio corpo,
Que
não pode se prender a quem a sente.
Não
é abstrata. É concreta. É por si.
Não
é uma dor que dói em mim, mas A Dor.
Inverte-se
a relação de sensação.
Eu
que sinto sou só um instrumento dela para se manifestar.
Isso
para todos os sentimentos, que são maiores que nós.
A
alma é aquilo que não conseguimos mais explicar.
Olhamo-nos
no espelho e vemos que o corpo envelhece
Mas
ainda há, à espreita para o bote, em algum lugar
O
grito contido dos sonhos ainda jovens.
A
alma é a parte de nós que, a razão, rejeita.
Que,
a relação de causas e efeitos, não tolera,
Que
é inverossímil e, a lógica, ao chão, deita.
É
o mundo que está por vir. É todas as Eras.
Não
aceita tempo. É passado, presente e futuro.
É
o nosso eu que sonha. É a vida em si, sincera.
Não
é com religião, religiosidade. É sentimento Puro.
Saber
dela? Ah, se eu pudesse... Quem me dera.