O Eu Mais Íntimo


Em O EU Mais Íntimo, livro inicial da obra de Diego R. Mileli, o autor ensaia os primeiros poemas, os quais a maioria foram escritos na adolescência, período de natural inquietação em que se impõem reflexões e se inicia o desenvolvimento maior da crítica buscando descobrir o mundo e, principalmente, a si mesmo. Tal inquietação gera encanto e desencanto constantes, carregando a obra de profundos pessimismo e tristeza, onde se prefere “... a incerteza da noite certa” à “...certeza do dia incerto”, os quais se contrapõem a alguns florescimentos de paixões e enlevo com a vida, chegando ao ponto de afirmar: “amo o amor acima e tudo”. Melancolia e solidão, por vezes apáticas, transbordam na obra em passagens como “Feliz é quem não pensa na vida.” ou “Não estou triste por estar só, estou só por estar triste.”, bem como a invisibilidade e o anonimato das pessoas no mundo moderno. Os poemas flertam com a morte e mergulham para dentro de si mesmo, um 'si' que é o EU de toda angústia, e navegam nos sonhos. São poemas que tratam diretamente dos sentimentos e das sensações que provocam. Sobre o autor, ele mesmo fala abertamente sobre si na época da escrita dos textos no poema “Quem sou?”. Naquele momento, descreveu-se: “Sou a amarga lágrima última que verte dos olhos da esperança... Eu sou da alegria o derradeiro suspiro... Sou o aceno de partida... Sou a existência absurda.”

Prefácio




Neste livro escrito paulatinamente ao longo de um bocado de anos, pretendo-me a reunir poemas que representem os sentimentos que nos assolam ou simplesmente se nos apresentam de uma forma ou de outra. Normalmente desfrutamos deles nos momentos íntimos, retirados sozinhos em algum lugar absolutamente privado e confortável onde temos a certeza de não correr o risco de sermos surpreendidos por um olhar bisbilhoteiro e inconveniente. Busca-se o silêncio e o escuro da noite, o frio do sereno, para apreciar os sentimentos. Ainda que todos nós tenhamos num momento ou outro tais sentimentos que ao mesmo tempo nos sufocam, por não podermos expressá-los no instante em que sentimos e da forma que os sentimos, nos acolhem e confortam, mesmo sendo estas sensações comuns a todos, preferimos não expressar ou compartilhar. Assim que passamos o que sentimos para palavras ou para o papel, parte se perde nesse transcurso.

Tento compartilhar da melhor forma possível essas sensações solitárias, sejam elas de angústia, dor, medo ou de felicidade, paixão e plenitude, ou todas elas ao mesmo tempo. Pretendo expor o Eu mais íntimo, que não é só mEu, mas provavelmente de todos, nos versos que com prazer lhes apresento nas páginas seguintes. A idéia é mostrar, ao que quiserem experimentar, as vísceras, partindo do particular para o geral, de pelo menos uma parte daquilo que transforma a nós seres humanos em seres humanos. Em breve, pois já está nos ajustes finais, publicarei meu segundo livro, no qual, também em versos, ao contrário do caráter mais individual do presente livro, espero poder expor, não mais a relação do Eu consigo mesmo, mas com o mundo que nos cerca e com sua lógica e conceitos, por mais abstratos que sejam, por vezes nos aprisionam muito concretamente. Enfim, deixo o provável próximo livro para o momento em que ele vier, e permitirei a este somente ele mesmo, a partir de agora. Tenho ciência de que os textos não agradarão a todos e nem sequer ouso almejar isso, no entanto, eis a vida. 


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